quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Uma Noite Rara...rica e surpreendente também!


"Senhoras e senhores. Respeitável público pagão. Bem vindo ao Teatro Mágico. Sinta-se à vontade". Foram essas as palavras que ouvimos na noite de domingo, dia 28 de janeiro (uma noite que já era rara pelo fato de eu e Renatinha termos cedido um domingo de culto na Comunidade S8, para estarmos em outro lugar, que não outra Comunidade, encontros, congressos, viajens ou coisas do tipo), antes de o ator, Fernando Anitelli vir do fundo de uma sala, não muito grande, mas cheia, declamando uma poesia, linda, diga-se de passagem, passando entre nós, enquanto os músicos, em seus figurinos, tocavam uma introdução percussiva e contagiante.
Era assim que começava o espetáculo (ou seria show?) "Entrada para Raros". A minha ida e da Renata se deveu a todo um esforço da Leandra Barros, irmãzona, de Vitória. Disse que tínhamos que ver... e ela acertou em tudo. Ficamos e estamos encantados com a genialidade do Fernando com suas músicas geniais, sua poesia tão rica como a muito muito tempo eu não via ou ouvia, uma musicalidade brilhante, performática e criativa. O meu primeiro contato com O Teatro Mágico trouxe todas as lembranças do que pensei quando o teatro da Comunidade S8 caminhou para a criação do Trotamundos, de quando antológico "Mula de Balaão" era uma inovadora forma de comunicar a visão de Deus.

Por quase duas horas ficamos ali... extasiados, surpresos... nossa imaginação pedindo para não acabar. Fiquei impactado com a letra da música do Fernando que satirizava marcelo D2 e suas "idelogias" de destruição. Um palhaço que cantava junto com Fernando encerrava dizendo "em busca da plhaçada perfeita". A letra colocava frases como "a minha Paz não cabe num anúncio de refrigerante", ou "essa marca de cerveja eu já sei qual é, mas a tua idéia...qual é?". Mas nada era tão surpreendente quanto ver o Fernando e os músicos puxar um côro que dizia "Ou é o trono ou é o inferno". Em "O mérito e o Monstro", Fernando cantava, e a trupe tocava ao mesmo tempo em que interpretava, o conflito diário da humanidade para corresponder as necessidades do trabalho, e toda a alienação que o desfio de "vencer na vida" traz para o homem. "Todos os dias eu me mato para não morrer", dizia a letra, enquanto com um fundo musical tenso, o mal, a opressão, a cobrança do cotidiano personificado num homem de preto com uma máscara de porco, esmurrava e vencia, o atormentado ser humano trabalhador Fernando.

Ficamos apaixonados pela "bonequinha" que era uma graça, carismática e perfeita na sua atuação. Amamos a canção "Ana e Mar", enfim... ficamos extremamente satisfeitos com o que fomos ver... e entendemos porque a Leandra fez questão de ver duas vezes seguidas. É bem verdade que nada substituiria a noite que teríamos na Comunidade, onde gostamos de estar, mas a ida ao FINEP, no Flamengo valeu cada esforço feito, cada passo até a estação das barcas a pé. Foi uma noite rara, de riqueza, diversidade cultural, satisfação e alegria. Há o link para o site do Teatro aqui neste blog... convido vc a fazer uma visita... vale a pena.

Ronilso Pacheco








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