quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Ensinamentos da costureirinha

Tive a oportunidade de assistir Balzac e a Costureirinha Chinesa, sem indicação, apenas passando pela locadora e me identifiquei ao ver. Assisti e tive vontade de assistir de novo. Filme muitissimo interessante sobre dois jovens, Luo e Ma, de 17 anos, que são enviados para um campo de "reeducação" durante a ditadura do líder Mao Tsé Tung na China, em função da Revolução Cultural.
Por serem letrados e filhos de mádicos e dentistas, os dois são considerados subversivos. No povoado, ambos fazem amizade e se apaixonam por uma costureirinha da região.
Mas é interessante notar no filme a importância, e eu diria a necessidade, da imaginação. É cômico, e bastante significativo ver os dois jovens narrando os filmes que assistiam na cidade, porque os "revolucionários" do Grande Timoneiro não podiam ver filmes, porque o cinema era uma arte burguesa. O povoado se reunia, e permaneciam atenciosos enquanto um narrava e o outro fazia a sonoplastia do que era narrado.
E o ponto que dá sentido ao filme. Eles escondem livros diversos, de grandes autores, como Flaubert, Tolstói, Dostoyévsky e, é claro, Balzac, para não serem queimados. O filme ajuda a perceber, para quem estiver disposto a perceber, que a criatividade e a capacidade imaginativa do homem é inata, é marca da imagem e semelhança de Deus, de maneira que ao basear um regime na perseguição e repressão disso, todos os caudilhos sucumbiram, ou foram surpreendidos, ante a capacidade do homem de fazer com que a imaginação vença, e que mesmo quando é simples, ela é a resposta de que fomos feitos para, entre outras coisas, criar e sonhar.

Um comentário:

Unknown disse...

e a costureirinha "cresce"...
e vai-se!
e tudo o mais é entregue para as águas...
tristemente lindo!!!
é... o poder do q a humanidade pode fazer... e do q fazemos na pequena realidade nossa.

choremos