quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Com o Euro manchado e o Orgulho ferido

De maneira cada vez mais veloz a Europa vai se tornando um assombro, fragilizada pela e corroída por uma crise que persiste, sem solução, e sem condições de, ao contrário do que espera seus líderes, permitir a recuperação simultânea de todos os integrantes da zona do Euro, sem prejudicar os que ainda resistem.

Mas enquanto este dilema permanece preenchendo as páginas da imprensa internacional, voltada para o esfacelamento econômico da Grécia e o vexame moral da Itália com a queda de seu "imperador", o cotidiano é cada vez mais árduo e penoso para o cidadão europeu comum. A realidade do desemprego, que avança como uma onda tissunâmica, é agora acompanhada de condição de pobreza e miséria que fere o orgulho europeu, terra do "berm-estar social".


Mais estratégia, menos ética, por favor...


E lá se vai (embora até o momento não concretizado) mais um ministro do governo Dilma, para euforia da oposição e desespero de seus aliados, que vão presenciando a desconstrução sistemática do ciclo de poder original montado por ela.

apego ao poder

O caso do ministro Carlos Lupi repete a lógica de todos os acusados que vieram abaixo até aqui: primeiro, a acusação; segundo, a reação e o discurso contra o "absurdo" da acusação, acompanhado, é claro, da certeza da inocência; terceiro, a repercussão do caso e o desgaste de ter de lidar com ele; quarto, cogita-se a renúncia (ou a queda), que é acompanhada, é claro, da negação indiscutível; por fim, o quinto ponto do processo, a renúncia (ou a queda) torna-se ienevitável.

No entanto, o apego ao poder é, para ministros e deputados, tão forte quanto suas convicções de inocência. Nessas horas, partidos pensam como uma espécie de "indivíduo coletivo", ou seja, se um ministro corre o risco de sair, não importa se há outro com competência e idoneidade mais coerente para ocupar o seu lugar, pois neste momento o ministro "é o partido". O acusado deve ficar, independente do que haja, mas se for inevitável sair, é o partido quem decide quem o substituirá.

estratégia sim, ética não

Portanto, partidos e seus políticos, não pensam eticamente, mas antes, pensam apenas estrategicamente. Vale não dar a oportunidade de que outros ocupem o lugar que é deles "por direito". Como numa espécie de "war da democracia", partidos buscam ocupar territórios que, ao serem conquistados, não devem ser cedidos ou perdidos, mesmo que nitidamente o prejuízo supere qualquer avanço e credibilidade.

ronilso.pacheco