Era a mais perfeita manhã, e era indiscutivelmente a brisa mais suave que Sara havia sentido, porque era um costume seu comparar a brisa que sentia correr hoje, com a que sentira correr ontem. Um hábito bastante incomum, claro, mas era assim que ela se identificava mesmo, incomum.
Ergueu a cabeça, sorriu, abriu os braços, deixou que a imaginação desenhasse uma imagem, uma cena, um lugar. Sabe aquelas cenas em que a personagem para encima de uma montanha, na beirinha, um vento sopra, move seus cabelos, ela abre os braços, sorri, e a câmera dá aquele trezentos e sessenta graus em torno dela, para filmar toda a paisagem? Foi nisso que ela pensou.
Mas o cinema ainda confronta limites que a imaginação pode livremente ultrapassar. Não é uma montanha, é um bosque, e nele não se pisa em gramas, é, com muito cuidado, em girassóis, grandes, gigantescos, como folhas de... alface. Então era isso, um tapete de girassóis. Tantas borboletas, que se fosse noite, a quantidade de estrelas no céu certamente perderiam. O céu, aliás, este era tão azul que parecia ser possível toca-lo, porque imaginava que nada tão azul poderia estar tão distante. Mas estava, é claro, porque afinal de contas céu é céu.
Penso que queria correr, correr, correr... passando pelas árvores. Não digo entre as árvores, estou dizendo passar por elas. É que todas elas eram abertas como um túnel, sim, formavam um túnel literalmente quando estavam sobrepostas uma bem atrás da outra. Penso que por isso Sara não passou.
Mas a voz chamou alto o seu nome. Tudo acaba como um desencanto. Tudo que fora construído com tanto detalhe, acabara como um desencanto. Sara abre seus olhos, apenas por abrir, é claro. Quando o braço de sua companhia cruza com o seu, ela volta a caminhar, e ainda sorri. E eu ficava pensando porque Sara não lamentava a visão que nunca teve, imaginando mesmo que a resposta fosse a oportunidade que perderia de ver como apenas ela, de maneira ricamente particular, poderia ver.
Ronilso Pacheco
Ergueu a cabeça, sorriu, abriu os braços, deixou que a imaginação desenhasse uma imagem, uma cena, um lugar. Sabe aquelas cenas em que a personagem para encima de uma montanha, na beirinha, um vento sopra, move seus cabelos, ela abre os braços, sorri, e a câmera dá aquele trezentos e sessenta graus em torno dela, para filmar toda a paisagem? Foi nisso que ela pensou.
Mas o cinema ainda confronta limites que a imaginação pode livremente ultrapassar. Não é uma montanha, é um bosque, e nele não se pisa em gramas, é, com muito cuidado, em girassóis, grandes, gigantescos, como folhas de... alface. Então era isso, um tapete de girassóis. Tantas borboletas, que se fosse noite, a quantidade de estrelas no céu certamente perderiam. O céu, aliás, este era tão azul que parecia ser possível toca-lo, porque imaginava que nada tão azul poderia estar tão distante. Mas estava, é claro, porque afinal de contas céu é céu.
Penso que queria correr, correr, correr... passando pelas árvores. Não digo entre as árvores, estou dizendo passar por elas. É que todas elas eram abertas como um túnel, sim, formavam um túnel literalmente quando estavam sobrepostas uma bem atrás da outra. Penso que por isso Sara não passou.
Mas a voz chamou alto o seu nome. Tudo acaba como um desencanto. Tudo que fora construído com tanto detalhe, acabara como um desencanto. Sara abre seus olhos, apenas por abrir, é claro. Quando o braço de sua companhia cruza com o seu, ela volta a caminhar, e ainda sorri. E eu ficava pensando porque Sara não lamentava a visão que nunca teve, imaginando mesmo que a resposta fosse a oportunidade que perderia de ver como apenas ela, de maneira ricamente particular, poderia ver.
Ronilso Pacheco
Um comentário:
Bom, de primeira mão quero deixar claro a minha felicidade de tê-lo como amigo, um referêncial de vida cristã. Tu tens me ajudado muito e estou feliz com os resultados. Gostaria de deixar meu parecer sobre " O Conte de Sara" texto que de fato tem uma certa ligação com "as rosas e seus espinhos" editado em uma de nossa edição de nosso velho Grosso Calibre e que reeditei no meu blog.
Nós,seres humanos (ou desumanos)temos uma capacidade indiscutível de conjeturar situações de certa forma complexas. Em virtude daquilo que contém neste texto e de tudo que se passa ao termino da leitura faço minhas conclusões.Se somos capazes de imaginarmos uma infinidade de coisas tão maravilhosas e cremos no que está escrito "As coisas que o olho não viu,e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam". A glória que está por vir meu amigo não se comparam a nada. Um Grande Abraço.
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