sexta-feira, 2 de março de 2007

O Tamnho das Nossas Possibilidades

Dias difíceis este em que as discussões giram em torno da brutalidade dos criminosos das cidades, que, cada vez mais, tornam seus crimes mais parecidos com as cenas chocantes dos filmes de serial killer que vemos com atenção. Ou pior, quando reproduzem métodos que só ouvimos falar ou vimos vagamente nos telejornais, tendo sido usados pelos criminosos de guerra do oriente médio ou dos “rebeldes selvagens tribais” do continente africano.
Mas agora parece tudo tão igual. Em tempos de globalização acelerada, a “globalização da violência” ou dos seus métodos parece ser uma conseqüência demasiadamente incômoda, além de é claro, assustadora.
Dias difíceis este em que mais uma vez, se recusando a compreender a totalidade da situação que nos envolve, a sociedade prefere simplificar e diminuir a visão, debatendo sobre diminuição de maioridade penal. É o preço que se paga quando se vive em função de fórmulas. Quando elas perdem a capacidade efetiva, alteramos. Mas este é um Mundo “desencantado”, que neutralizou as fórmulas, e nos pede para pensarmos, sermos um pouco mais racionais. E ser racional aqui não significa frieza na decisão, mas a sensibilidade apurada de perceber, compreender e discernir as nuanças de um tempo que nos surpreende.
Dias difíceis este em que toda situação for a de controle, se agiganta diante de nossas possibilidades, que reduzem, em tamanhos assustadores e nos obriga a recuar, e recuar, e recuar, até se esconder. Qual é o tamanho da nossa possibilidade coletiva diante do mundo que nos intimida?
Dias difíceis estes em que a racionalidade, aquela que me referi, parte, em que Deus parece ter sido substiuido pelas fórmulas (individuais e coletivas) e as nossas possibilidades, se perderam no mar.
Ronilso Pacheco

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