A ubiqüidade do presente permanente que não se transforma em passado, mas é substituído pelo novo presente gerado, empurra a humanidade para a perda da memória coletiva. Todos os fatos do “ontem” perdem sua conexão com o “hoje”, por mais próximo que eles estejam, pois este vínculo foi rompido. O “ontem” não pode servir para explicar o “hoje”, porque este último está constituído das construções de uma realidade que acaba de nascer, cuja informações e linguagens só se encaixam no “agora”.
No romance de Carlos Fuentes, a personagem Laura Diaz lia muito antropologia e história antiga do México para compreender o presente que fotografava. Na letra de Milton Nascimento e Fernando Brant, se muito vale o já feito / mas vale o que será / e o que foi feito / é preciso conhecer / para melhor prosseguir. Tanto a primeira quanto a segunda citação (em certa medida, até mais a segunda que a primeira), ficaram entrincheiradas na modernidade, pois no momento em que a velocidade destruiu a distância e, conseqüentemente, o vínculo com o passado próximo ou distante, ter referenciais no pretérito se tornou algo como dirimir-se na descontinuidade do “agora”.
Essa descontinuidade também é produto evidente da quantidade de informações. Se a distância já não existe de fato, nada mais separa ou retarda o ir e vir de informações. Este intenso fluxo que percorre o mundo não dá espaço para a reflexão, arremedando a lógica do mercado – também este desprovido dos limites da distância, mas envolvendo uma outra problemática – do mundo contemporâneo. A informação, que é imediata, agora é, consequëntemente descartável, será “destruída” em questão de segundos. O “agora” é a própria informação que se apresenta e evidencia, as referências do agora são as informações, as imagens e as repercussões do atual, do hoje exatamente, e deste modo, é mesmo viável que o “antes” seja empurrado para o esquecimento.
Se esta nova lógica rompe – ou ao menos altera de maneira bastante preocupante – as relações humanas, ou a reduz a muito pouco, se o passado se resume a mera e vaga lembrança do que um dia pode ter sido algo, mas que de qualquer forma não serve para explicar o atual, se a localidade é a periferia dos não-extraterritoriais, então é muito viva a inferência de que Fredric Jameson tenha razão: o pós-modernismo é o que se tem quando o processo de modernização está completo e a natureza se foi para sempre.
No romance de Carlos Fuentes, a personagem Laura Diaz lia muito antropologia e história antiga do México para compreender o presente que fotografava. Na letra de Milton Nascimento e Fernando Brant, se muito vale o já feito / mas vale o que será / e o que foi feito / é preciso conhecer / para melhor prosseguir. Tanto a primeira quanto a segunda citação (em certa medida, até mais a segunda que a primeira), ficaram entrincheiradas na modernidade, pois no momento em que a velocidade destruiu a distância e, conseqüentemente, o vínculo com o passado próximo ou distante, ter referenciais no pretérito se tornou algo como dirimir-se na descontinuidade do “agora”.
Essa descontinuidade também é produto evidente da quantidade de informações. Se a distância já não existe de fato, nada mais separa ou retarda o ir e vir de informações. Este intenso fluxo que percorre o mundo não dá espaço para a reflexão, arremedando a lógica do mercado – também este desprovido dos limites da distância, mas envolvendo uma outra problemática – do mundo contemporâneo. A informação, que é imediata, agora é, consequëntemente descartável, será “destruída” em questão de segundos. O “agora” é a própria informação que se apresenta e evidencia, as referências do agora são as informações, as imagens e as repercussões do atual, do hoje exatamente, e deste modo, é mesmo viável que o “antes” seja empurrado para o esquecimento.
Se esta nova lógica rompe – ou ao menos altera de maneira bastante preocupante – as relações humanas, ou a reduz a muito pouco, se o passado se resume a mera e vaga lembrança do que um dia pode ter sido algo, mas que de qualquer forma não serve para explicar o atual, se a localidade é a periferia dos não-extraterritoriais, então é muito viva a inferência de que Fredric Jameson tenha razão: o pós-modernismo é o que se tem quando o processo de modernização está completo e a natureza se foi para sempre.
Ronilso Pacheco
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